Agora mesmo, comecei a construir um 'centro cultural' dedicado à obra do poeta, Miguel Torga, próximo ao Douro. Queria trabalhar com a pedra local, a ardósia [pizarra], mas ela era cara. Considerei, então, utilizar uma lajota [prefabricado] negra – como a ardósia –, concreto negro ou, até, uma cerâmica cinza prateada. Mas, no final, o que nos faz escolher entre todas as opções possíveis é o preço. A tradição, que considerava 'lógico' trabalhar com os materiais locais, desapareceu. Hoje, a pedra local pode custar o dobro de um material similar, importado da China. E a 'atmosfera' local pode-se conseguir, do mesmo modo, com materiais similares que não sejam autóctones
Assim falou Souto Moura, e eu fico com esta dúvida: que diabo será um material similar à pedra, importado da China? E vai fazer isso com a ardósia?
A "pedra local" não é a ardósia. De ardósia são os esteios da vinha tradicional, de facto um icon do Douro, mas esse material é importado das pedreiras de Foz Côa. Será que vamos ter "ardósia de plástico" importada da China?
1 comentário:
Há arquitectos de plástico também! não se pode é ser-se de plástico para se reconhecerem.
Eu quando for grande vou à China buscar um arquitecto. É mais barato e até me poderá desenhar uma casa em Manuelino “tal e qual”.
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